quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Grafite

na cromorragia dos muros do beco
à noite engulo seco
quando percorro o escuro beco
rezando para avistar a luz de um boteco

caricaturas da realidade ou
ideoplastia coletiva
vejo no grafite do dia-a-dia
a constância de um ideário popular

formas saltam
cores reluzem às luzes
monstros e tortuosos se fundem
na criatividade colorida dos grafiteiros

...

no mundo e na vibração de suas almas
queima torta a felicidade terrena,
que aspira à suprema,
tornando-se liberta quando imagina

no mundo e na vibração de suas almas
faz-se imperioso o controle de suas criatividades
para que não se tornem, apenas, vaidades
e os levem a se tornar o grafite do grafiteiro

o artista que se torna sua arte
sem saber o porque e como
implode na sua carne
toda a desvairidade de seu pensamento

e no último ato eles se satisfazem
com todo o direito de quem sofre,
na vida ou na clandestinidade,
procurando a paz em suas formas



Fred - 25/07/2006
Coleção Delirium
Inspiração: os muros dos grafiteiros de São Paulo

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Essa eu gosto bastante. Faz parte de uns poemas críticos a respeito da indecisão preguiçosa.
Tenho misturado os temas e as coleções. Essas "Gotas Imagéticas" são poemas sintéticos construídos por meio de imagens e cenas significativas.
;]

Espinha de Peixe - Fósseis

dois fósseis
fundo do rio seco
asfalto seco


Fred - 01/06/2007
Coleção Delirium - Gotas Imagéticas
O poema abaixo está inserido aqui.
Coloquei para facilitar a leitura. Faz parte de uma série que faz uma releitura dos mitos nacionais.

Imortals

fundo do oceano

exilado
estou me adaptando ao novo meio-ambiente
por livre e espontânea coação
e cooptação

aqui meu Pererê não vale nada
mas tudo bem
meu reino voltará a ser deste mundo

aguarde...


Fred - 16/06/2007
Coleção Delirium - Gotas Imagéticas
Vu - ILtda.
Na sequência do "em Breve".
^^