A cada febre, uma experiência
extracorpórea, estranhamento, desdobramento
e os dias correram e algumas lembranças se perderam.
Até que um dia eu voltei para mim mesmo sob outra companhia
uma alma ali dentro de mim jazia
e essa entidade me dizia: "divide-te agora, conviveremos juntos,
você tem o direito de andar com nosso corpo durante o dia"
à noite eu me retomaria
E fiz terapias e outras psico-metodologias
achando-me esquizofrênico
desconfiado que pudesse conversar com o papel higiênico
Até que um dia eu voltei para mim mesmo com mais outra companhia
e essa entidade me dizia: "a parte da manhã é minha"
e meu dia, mais uma vez, se dividiria
à noite eu me retomaria
E essas duas entidades passaram a ter profissões em seus horários
e todos me achavam esquisito e nada ordinário
E os fenômenos se repetiram de forma esmagadora
e todas as entidades tinham posturas reformadoras
e sobrou-me 1 minuto, como se eu fosse a alma invasora
"se quiser!"
eu quis
Para as pessoas eu era um sujeito estranho e super "talentoso"
um multitarefa engenhoso
mal sabiam todos a comunidade de almas que habitavam meu corpo
pra mim nem um osso!
Depois resolvi abandonar a pretensão de governo daquele povo
não era democracia, mas um comum acordo entre eles
que estavam bem enquanto cada um fazia o que queria
isolei-me pelas entranhas estranhas abaixo do estômago
e resolvi meditar sobre meus sonhos
quem sabe alguém descobre qual é minha doença
carnal ou espiritual?!?
resgatando-me para dentro de mim, uma proeza
até lá eu espero pela caridade de uma boa alma prestimosa
que descubra que estou aqui dentro
Fred - 13/04/2011
Coleção Híbridos-Psico