segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Mapas Coloridos
abro os olhos
fecho a janela
e parece que cessou o despencar de uma cachoeira
ouço o vento na mata
o sol me enche de bronze
é bom jogar essa fase
sem precisar de controle
desperto
ainda bem que já há despertos
daquele tipo que vive suas horas
dentre tantos obedecendo o relógio biológico dos outros
e minhas horas
sob os odores de um tempo
que quer saborear o futuro,
antes do advento
conhecimento e metal translúcido
dados, algoritmos, linhas de código
muitos assuntos
nada como o movimento
pra te lembrar que a vida
depende desse momento
e o processo de ressignificação da minha mochila genética
de forma clara e frenética
num monitor que pode me mostrar todas as porcentagens
e estatísticas numa tabela
a se processar nas ondas
de meus erros e acertos
não à esmo
com estas multiplicações de mapas coloridos,
de todos os atos consumados
geografias de pensamento
dos ventos com microorganismos
meteorológicos
mercadológicos
os mentirosos começam a ficar claustrofóbicos
com tantos vigias lá fora de suas cabeças
parecendo milhões dentro delas
vejo o mapa em alto relevo
das realizações humanas
sobrepondo o da natureza
e o meu
enquanto corro para desenvolvê-lo
antes que eu vire terabytes de dados em vida
é um apelo
ainda sinto a importância
de suar e sentir ânsia
ainda consigo comer um fruta suculenta
tomar um copo d'água lentamente
dormir calmamente
Fred - 02/10/2011
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
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