faz 10 dias que a maçã descascada não oxida
o hambúrguer pão salada aniversaria
eu 60 anos
pele 30
mesa farta
...
um cheiro
o vizinho
a policial
almoçam
falam de
eu morto
a mesa
a ocorrência
nenhum microorganismo nos devora
esta casa
esta conserva
estes meus poderes
Fred - 16/06/2015
Coleção - Super
quinta-feira, 9 de julho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
Ivan, O Grande Ivan
ivan foi ao shopping / parou de vomitar / vazio
cego / não conseguia pensar
flagrou pilares espinhosos / fêmures argamassa
ferrões de cálcio / biomassa
o fogo frio do miocárdio / queima até o congelamento
fígado quadrado / tato-ângulos-retos / coluna angulada
corpo-shopping / sem frestas
ivan quis gritar / sorriu
ivan quis explodir / comeu calmamente
ivan quis chorar / comprou
viu a porta automática de saída / desesperadamente
quis
22:00 horas
...
ivan tem um líquen na bochecha / folioso / citotóxico
antibiótico / espalhafatoso / rútilo
ivan tem um câncer ósseo / abulia / ira
ivan tem um líquen na bochecha / financiado / ácido
faminto de tecidos mórbidos / tumores
ivan tem um líquen na bochecha / que salvará sua vida
...
ivan descobriu-se fecundo
depois de odisséias
perfumes brotam
enquanto
desaparece dos outros
a recompensa para o poder da visão é
a invisibilidade das feras
ivan se espalha
fragmenta-se quando quer
desaparece esporos
e gametas na atmosfera
Fred - 23/05/2015
Coleção Delirium - Super
cego / não conseguia pensar
flagrou pilares espinhosos / fêmures argamassa
ferrões de cálcio / biomassa
o fogo frio do miocárdio / queima até o congelamento
fígado quadrado / tato-ângulos-retos / coluna angulada
corpo-shopping / sem frestas
ivan quis gritar / sorriu
ivan quis explodir / comeu calmamente
ivan quis chorar / comprou
viu a porta automática de saída / desesperadamente
quis
22:00 horas
...
ivan tem um líquen na bochecha / folioso / citotóxico
antibiótico / espalhafatoso / rútilo
ivan tem um câncer ósseo / abulia / ira
ivan tem um líquen na bochecha / financiado / ácido
faminto de tecidos mórbidos / tumores
ivan tem um líquen na bochecha / que salvará sua vida
...
ivan descobriu-se fecundo
depois de odisséias
perfumes brotam
enquanto
desaparece dos outros
a recompensa para o poder da visão é
a invisibilidade das feras
ivan se espalha
fragmenta-se quando quer
desaparece esporos
e gametas na atmosfera
Fred - 23/05/2015
Coleção Delirium - Super
terça-feira, 12 de maio de 2015
O poder aceso do pescador extático e sua rede inexpugnável
pescador da signosfera
sua rede esburacada
dedos firmes e seguros
seleciona
capta as coisas-vazias-cheias-de-vida
implode feridas psíquicas
se umedece de bafejo divino
esse aroma-de-divindade
estes tentáculos heróicos
que germinam de suas costelas
espirituais
essa sensação-de-divindade
acesa
seu corpo-peneira
sua quântica
não precisa de nada
retém o vácuo que precede
o Poder que o preenche
ascende
acesa
a Poesia
Fred - 09/05/2015
Coleção Híbridos - Super
sua rede esburacada
dedos firmes e seguros
seleciona
capta as coisas-vazias-cheias-de-vida
implode feridas psíquicas
se umedece de bafejo divino
esse aroma-de-divindade
estes tentáculos heróicos
que germinam de suas costelas
espirituais
essa sensação-de-divindade
acesa
seu corpo-peneira
sua quântica
não precisa de nada
retém o vácuo que precede
o Poder que o preenche
ascende
acesa
a Poesia
Fred - 09/05/2015
Coleção Híbridos - Super
segunda-feira, 11 de maio de 2015
Uma granada, Um canto, Uma cueca
explodiu uma granada / minhas pernas não se mexem / intactas
meu coração se cansa / às vezes / de guerra
os gritos / a fuligem / os detritos
os rubros capilares oculares / o desejo de potência / a cadência
gourmetizadores / petit suisse e cartazes / revide
distrações emanam do norte
cavaleiros de são jorgebenjorges / salvem meu humor
heróis invisíveis demais / matam meus tumores / ainda
feras like pets / gênios dando migué
motoboys bozinam pizza
meus olhos na janela
futebol da tv / reflete de soslaio
...
em algum canto obscuro
um celular / uma face alegre / um policial sisudo
uma selfie / comezinha
poeira / brisa
um granada despolitizadora vai matar os dois
ouço
...
cueca por cima da calça / de mãos dadas com meu filho
flutuo
seus dedinhos não largam os meus
Fred - 14/04/2015
Coleção Delirium - Super
meu coração se cansa / às vezes / de guerra
os gritos / a fuligem / os detritos
os rubros capilares oculares / o desejo de potência / a cadência
gourmetizadores / petit suisse e cartazes / revide
distrações emanam do norte
cavaleiros de são jorgebenjorges / salvem meu humor
heróis invisíveis demais / matam meus tumores / ainda
feras like pets / gênios dando migué
motoboys bozinam pizza
meus olhos na janela
futebol da tv / reflete de soslaio
...
em algum canto obscuro
um celular / uma face alegre / um policial sisudo
uma selfie / comezinha
poeira / brisa
um granada despolitizadora vai matar os dois
ouço
...
cueca por cima da calça / de mãos dadas com meu filho
flutuo
seus dedinhos não largam os meus
Fred - 14/04/2015
Coleção Delirium - Super
terça-feira, 31 de março de 2015
Um pequeno silêncio
um pequeno silêncio
de alma presente
e você não está mais no mesmo lugar
um comentário na Lua
nas redes sociais aTerra
o preço dos combusíveis aLua
um raio "e se..." fura a camada de ozônio
e um asteróide-esponja "não te falei?!?"
some as águas da fonte
um profeta transforma um cálice
de água em petróleo
a praça boquiaberta engasga unissonante "oh!"
desesperado, um senhor que se disse illuminati
espalmou uma granada "não aguento mais!" na minha mão
e implodiu sem rastro nessa dimensão
dela explodiram especulações que nunca imaginei na vida
e seus estilhaços corporativos
me deram um câncer privado vitalício
quimio
medo
redenção
aprendizado
tudo por causa de um silêncio
Fred - 31/03/2015
Coleção "???"
de alma presente
e você não está mais no mesmo lugar
um comentário na Lua
nas redes sociais aTerra
o preço dos combusíveis aLua
um raio "e se..." fura a camada de ozônio
e um asteróide-esponja "não te falei?!?"
some as águas da fonte
um profeta transforma um cálice
de água em petróleo
a praça boquiaberta engasga unissonante "oh!"
desesperado, um senhor que se disse illuminati
espalmou uma granada "não aguento mais!" na minha mão
e implodiu sem rastro nessa dimensão
dela explodiram especulações que nunca imaginei na vida
e seus estilhaços corporativos
me deram um câncer privado vitalício
quimio
medo
redenção
aprendizado
tudo por causa de um silêncio
Fred - 31/03/2015
Coleção "???"
domingo, 29 de março de 2015
Astronauta
um deserto acolhedor, peludinho, pelugem macia
o chão é saboroso, comestível, e como!
mas tivemos que fugir dele
daquele deserto acolhedor
buscamos o apuro técnico
as pessoas e nossas fraternidades
a indústria daquelas freguesias
nos deu açúcares até
ainda áridos
tentamos estabelecer os cenários
que nossa imaginação podia conciliar
navegamos a realidade como sedimentação de rios de pensamento
beleza e desnutrição ornamentam aquele deserto acolhedor
a maciez a gostosura o tesão o paladar
as cirurgias plásticas as zonas erógenas
os perfumes os açudes as fontes e águas termais
alguns não aguentavam mais
prédios pirulitos multicoloridos / escolas balas macias e azedinhas
trabalhos sobremesa / robôs preguiça obesa
passatempos bobagens de destreza / exclusão-beleza!
rastejantes daquela distopia saborosa
flutuávamos dissidentes àquela utopia glitterosa
tivemos que atracar por entre nuvens relampejantes
o conforto da estação espacial
ainda nos conectava àquele deserto acolhedor
mas conseguimos uma roupa especial
e lá, fora da nave, bem acima
sobre as nuvens relampejantes em que atracamos
avistamos uma cabine flutuando por entre estrelas...
o odor do desconhecido... eriça
acima daquele deserto acolhedor
adentramos seu ambiente de tom salmão
emanando sutis ondas de satisfação
e tivemos vontade de tirar as roupas herméticas
forças gravitacionais, gramado macio, formigas, flores
verossimilhanças afins
e entreaberta
uma porta de saída
.
.
.
.
finalmente / ufa! / fim de jogo
Fred - 29/03/2015
Coleção Gameplay
o chão é saboroso, comestível, e como!
mas tivemos que fugir dele
daquele deserto acolhedor
buscamos o apuro técnico
as pessoas e nossas fraternidades
a indústria daquelas freguesias
nos deu açúcares até
ainda áridos
tentamos estabelecer os cenários
que nossa imaginação podia conciliar
navegamos a realidade como sedimentação de rios de pensamento
beleza e desnutrição ornamentam aquele deserto acolhedor
a maciez a gostosura o tesão o paladar
as cirurgias plásticas as zonas erógenas
os perfumes os açudes as fontes e águas termais
alguns não aguentavam mais
prédios pirulitos multicoloridos / escolas balas macias e azedinhas
trabalhos sobremesa / robôs preguiça obesa
passatempos bobagens de destreza / exclusão-beleza!
rastejantes daquela distopia saborosa
flutuávamos dissidentes àquela utopia glitterosa
tivemos que atracar por entre nuvens relampejantes
o conforto da estação espacial
ainda nos conectava àquele deserto acolhedor
mas conseguimos uma roupa especial
e lá, fora da nave, bem acima
sobre as nuvens relampejantes em que atracamos
avistamos uma cabine flutuando por entre estrelas...
o odor do desconhecido... eriça
acima daquele deserto acolhedor
adentramos seu ambiente de tom salmão
emanando sutis ondas de satisfação
e tivemos vontade de tirar as roupas herméticas
forças gravitacionais, gramado macio, formigas, flores
verossimilhanças afins
e entreaberta
uma porta de saída
.
.
.
.
finalmente / ufa! / fim de jogo
Fred - 29/03/2015
Coleção Gameplay
domingo, 8 de março de 2015
Namorados
ela com suas íris em movimento
cintilando coloridas
fogaréu incrustado, talento
ele no mais profundo penhasco de si
mãos guarda-chuvas amparando a fuligem
cintila-se
felicidades
que suas glândulas não suportam produzir
olhos semicerrados
enxergam por outros
cordéis sutilíssimos, roucos
retinas compartilhadas
ela modifica o espectro de leitura
e suas íris turvam-se em espiral
ambos acessam outros pares
e se dão conta de seus brilhos, cardíacos
namoram-se
se trocam
se respeitam
se gozam
pacificam-se
transpõem-se
e
molificam seus corpos
um telepata federal à paisana perscruta
vai que é terrorismo... ou espionagem...
cê acredita?
Fred-08/03/2015
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
cintilando coloridas
fogaréu incrustado, talento
ele no mais profundo penhasco de si
mãos guarda-chuvas amparando a fuligem
cintila-se
felicidades
que suas glândulas não suportam produzir
olhos semicerrados
enxergam por outros
cordéis sutilíssimos, roucos
retinas compartilhadas
ela modifica o espectro de leitura
e suas íris turvam-se em espiral
ambos acessam outros pares
e se dão conta de seus brilhos, cardíacos
namoram-se
se trocam
se respeitam
se gozam
pacificam-se
transpõem-se
e
molificam seus corpos
um telepata federal à paisana perscruta
vai que é terrorismo... ou espionagem...
cê acredita?
Fred-08/03/2015
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Branco
o mundo estava transfigurado
alvacento-acinzentado / encarquilhado / seco de cores / dissonante / ondulante
duvidoso / ameaçador / e as pessoas andavam vacilantes / assustadas
trombantes
até que surgiram algumas pessoas luzeiras
plásticas / enbranquiçadas / leves / silenciosas / afáveis
curiosas...!?
sob seus passos, toques e inclinares,
calçadas, criaturas e as coisas todas encarquilhadas
alisavam-se / alinhavam-se / matizavam-se
feito hachuras onduladas e abundantes
que sumissem e suavizassem
Fred - 04/02/2015
Coleção Delirium
alvacento-acinzentado / encarquilhado / seco de cores / dissonante / ondulante
duvidoso / ameaçador / e as pessoas andavam vacilantes / assustadas
trombantes
até que surgiram algumas pessoas luzeiras
plásticas / enbranquiçadas / leves / silenciosas / afáveis
curiosas...!?
sob seus passos, toques e inclinares,
calçadas, criaturas e as coisas todas encarquilhadas
alisavam-se / alinhavam-se / matizavam-se
feito hachuras onduladas e abundantes
que sumissem e suavizassem
Fred - 04/02/2015
Coleção Delirium
semi.humano
alguns gestos sem fio
pele bio.configurada
tóxica para os predadores
eugenia em tempo real
a mata é exuberante
as flores.cores vivas
pássaros em cantos acres
cada célula
cada organela
como bytes
fecho os olhos
levantam-se infográficos dentro de minha cabeça
de olhos fechados
vejo meu corpo brilhar feito uma estrela
porque não suficientes
precisamos de outras expansões
observo um besouro laranja luminoso
e sua carapaça brilhosa
mudando de cor
coloco a mão no chão
os dedos.raízes no solo absorverão
água da umidade
e semi.humanidade
a brisa está uma delícia
para fechar os olhos
o vento serpenteia pelas árvores.
Fred - 02/04/2014
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
pele bio.configurada
tóxica para os predadores
eugenia em tempo real
a mata é exuberante
as flores.cores vivas
pássaros em cantos acres
cada célula
cada organela
como bytes
fecho os olhos
levantam-se infográficos dentro de minha cabeça
de olhos fechados
vejo meu corpo brilhar feito uma estrela
porque não suficientes
precisamos de outras expansões
observo um besouro laranja luminoso
e sua carapaça brilhosa
mudando de cor
coloco a mão no chão
os dedos.raízes no solo absorverão
água da umidade
e semi.humanidade
a brisa está uma delícia
para fechar os olhos
o vento serpenteia pelas árvores.
Fred - 02/04/2014
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Muita fome, muita fome
entendi
tá vendo aquela senhora ali?
uma pá de fios saindo do umbigo
tá frio, de noite, escuro no viaduto
ela dançando
emanando um sorriso tão gostoso
um prazer quase voluptuoso
cabelos grisalhos em aurora sarapintados de faíscas
com insondáveis perfumes a moradora de rua
rica
arranca sorrisos amarelos de dentro dos carros
não consigo ver para onde os fios se conectam
alguma coisa no chão...
perto conseguimos enxergar
claro!
ela está curtindo
gratuita
o sistema de som da nuvem pública
que o governo não põe ouvidos e mãos
as músicas volitam
surround soul system - só o ouvido não dá conta
tem que ser do umbigo mesmo
ela tá feliz
mas sei que tem muita fome, muita, muita fome
Fred - 28/01/2015
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
tá vendo aquela senhora ali?
uma pá de fios saindo do umbigo
tá frio, de noite, escuro no viaduto
ela dançando
emanando um sorriso tão gostoso
um prazer quase voluptuoso
cabelos grisalhos em aurora sarapintados de faíscas
com insondáveis perfumes a moradora de rua
rica
arranca sorrisos amarelos de dentro dos carros
não consigo ver para onde os fios se conectam
alguma coisa no chão...
perto conseguimos enxergar
claro!
ela está curtindo
gratuita
o sistema de som da nuvem pública
que o governo não põe ouvidos e mãos
as músicas volitam
surround soul system - só o ouvido não dá conta
tem que ser do umbigo mesmo
ela tá feliz
mas sei que tem muita fome, muita, muita fome
Fred - 28/01/2015
Coleção Híbridos - Futuro Desconhecido
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