segunda-feira, 19 de maio de 2008

Nada

seres fecais, eu exorcizo suas existências na água imunda que vos cerca
todos os trocinhos se protegiam com peles de tomate,
enquanto eram rechaçados pela chuva de irmãozinhos despencando do céu

que a água em vórtice se encarregue de levá-los, definitivamente, para a lama
que voltem ao pó de onde viestes e retornem, talvez, à minha carne
constituam minha pele ou as guloseimas naturais deste mundo cíclico

mas, acima de tudo, tornem-se poesia
para terem mais uma serventia nobre
que ñ ser expelido e indesejado
mal filho malgrado
pois necessito de ti

seres fecais q são motivo de chacota, de piada e todo tipo de anedota
orgulhai-vos de seus coliformes e mergulhem destemidos no ciclo da vida
q os aguarda nas garras dos fungos, dos vermes, das bactérias
que os tranformarão em belos nutrientes
assim como as pupas se fazem borboletas
e os homos tornam-se sapiens



Fred - 07/11/2005
Coleção Delirium

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