quarta-feira, 22 de julho de 2020

Urubus e os zepelins

 
O céu cinza arrota alguns trovões. Um cidadão zumbi-vivo ataca um zumbi-morto, de carnes podres – e quem vê expressa a vertigem em tremedeiras, no rosto, em cambaleios e tropeços. Tudo vira lentidão. Urubus que já sacavam a situação atacam as carnes podres. E aqueles que mordem os zumbis-mortos sentem o gosto podre na boca e percebem que não eram fantasias ou comunistas – e se desesperam, enxaguam a boca, correm para tomar banho, inventam, criam notícias falsas, gritam, cospem, trancam suas portas. Os urubus surgem em revoadas. Os urubus mordem zumbis-mortos e mordem os zumbis-vivos que atacaram ou morderam carnes podres. Ninguém sabe de onde saem e vem os urubus. Urubus de envergadura, harpias e gaviões, surgem. Urubus recebem graças, tangem aviões e zepelins, recebem as mesmas graças da Geni. Os urubus brilham e bicam implacáveis. Os urubus comem e bicam carnes podres. Benditos urubus. Que de tão grandes formam um grande cobertor. E salvam todos nós.  
 
 
 
 
200/07/?? 
Fred

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